ÉTICA

Um palavrão ou um conceito?

A existir uma medida ética eis que a filosofia demanda normas que poucas pessoas querem/gostam (de) adoptar no campo do humanismo crítico, pois que a ética não precisa de parâmetros, mas de atos responsáveis – lembro Sócrates, Jesus e Heidegger, ontem, e lembro Reis e Habermas, hoje, como exemplos –, digo, atos próprios a cada pessoa na sua existência em família e na comunidade geossocial que a gerou.

O que é ética?

Ou melhor: o que penso acerca de ética? Que na voz de analfabetos funcionais (por ex., gente que vai á universidade apenas para ´tirar´ canudo…), sociais e políticos, é um mero palavrão, para mim é um conceito no âmbito da praxe social a abranger toda a atividade humana, daí os ´ruídos´ de pessoa que não suporta a verdade de outros e de outras sobre, por ex., um mesmo assunto e se deixa ficar umbilicalmente presa a um querer sem responsabilidade.

O poeta luso-brasileiro Sidônio Muralha canta(va): “Se caráter custa caro/ eu pago o preço”. Já o brasileiro Mário Quintana busca(va) na existência a verdade a viver: “Minha Morte nasceu quanto eu nasci/ Despertou, balbuciou, cresceu comigo/ E dançamos de roda ao luar amigo/ Na pequenina rua em que vivi”. E quando assim é a demanda pela vida a ser vivida com a coragem sob a sombra da morte sobressai um humanismo crítico [lembro Manuel Reis] que é indispensável à formação de um caráter universalista a ser defendido filosoficamente.

E sendo a ética um princípio filosófico – o ´algo´ oriundo de quem vive a vida com opinião própria, o ´algo´ que preceitua a pessoa em si-mesma, é aí que reside aquele valor de humanismo crítico a ser adoptado por quem gosta de viver a vivificar a vida

Isto, Senhoras e Senhores, é ética.

Isto, Senhoras e Senhores, é a palavra-conceito que conhecemos por ética e que precisa ser percebida além das ideologias que encurralam politicamente a pessoa.

Isto, Senhoras e Senhores, é o sintoma mais preciso de que existe vida a viver!

 

BARCELLOS, João – 2019

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