10 de Junho: Carta Aberta Ao Sr. Presidente

Não sei o que, de facto, representa o Dia 10 de Junho para a Nação portuguesa; para quem está além-mar é simplesmente insignificante…

   Prezado Sr. Presidente, permita-me a informalidade já que sou um português distante de toda a burocracia que impede Portugal de o ser, pelo menos junto da Comunidade Intelectual embarcada no Mundo, e venho dizer-lhe da inoperância diplomática do Governo no âmbito da Cultura Portuguesa que deveria atravessar os mares, mas não passa da beira-mar para receber, sem contrapartida, a Cultura por inteiro de outros povos.

   Há anos batalho por uma Luso-Brasilidade autêntica na sua vera historiografia, entre dezenas de livros e incontáveis palestras. Há anos vejo artistas e intelectuais portugueses d´além-mar, na Europa, na Ásia e na América, darem tudo de si por um Portugal que só existe, em verdade, na alma generosa que têm diante de uma Nação que os/as nega simplesmente. Há anos, Sr. Presidente, não vejo nem pressinto Portugal…

Defender e expandir a Língua Portuguesa através da Literatura e da História tem sido o meu trabalho, assim como de outras e outras Intelectuais cuja portugalidade a diplomacia desconhece. Aqui, na continental e ´longínqua´ São Paulo, eixo do Brasil de ontem e de hoje, pulsa uma Intelectualidade que a Nação Portuguesa desconhece.

Sr. Presidente,

Esta carta aberta tem somente o objetivo de alertar para o erro estrutural em que a política mergulhou a diplomacia. É preciso que Portugal saiba quem é quem na Intelectualidade que o expande culturalmente no Mundo, pois, enquanto isso não acontecer o Dia 10 de Junho não terá significado algum…

BARCELLOS, João

Escritor, Pesquisador de História, Conferencista

 

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